A Humana

         Era uma vez uma humana. Ela vivia feliz num vilarejo onde todos eram respeitados igualmente independente de muitas coisas. Ela tinha pessoas que a apoiavam nos seus planos. Ela gostava do seu corpo natural, e não fazia dieta, mas adorava fazer exercícios radicais, como escalar rochas e pular em correntezas. Se divertia. Sair na rua era ótimo, o vento batendo em seu corpo, as roupas ajudavam a dar-lhe movimento e um senso de liberdade.
         Ela trabalhava para o exercito, protegendo a sua região, protegendo os cidadãos de forma igualitária. E optou por não ter filhos, mas sim adotar um dia. Conhecia algumas humanas que engravidaram e ficaram em casa junto a humanos para cuidarem das crianças. Mas se engravidasse também poderia dar a criança pra outras famílias.
         Ela era direta, não jogava joguinhos amorosos infantis, na verdade, as pessoas da vila também não. Se ela queria convidar uma pessoa para jantar ou caminhar ou tomar sorvete, passar um tempo com essa pessoa, chamava. E se a pessoa também quisesse, aceitava. Entendia-se assim.
         Ela vivia junto com vários outros humanos e humanas, e eles amavam uns aos outros, e dividiam tudo igualmente para cada um, logo, todos tinham a mesma responsabilidade sobre a casa em que moravam, e realizavam as mesmas tarefas fora de casa em quantidades diferentes.
          Mas um dia, ela levou um SUSTO pois se deparou com uma humana muito estranha.
          Não! Espera, não era uma humana, era uma "mulher"ou "mulé".
       Apesar das diferenças entre as duas começou amigavelmente a conversar com esta "mulher" que havia vindo de um lugar distante. E ficou muito espantada com as coisas que ela dizia. 
          Sua pele facial estava toda colorida com pós. Seu cabelo era mais liso que o normal e bem danificado. Ela não fazia exercícios radicais para não parecer atlética demais, não estudava certas coisas e nem falava de certas formas e nem fazia certas atividades para não ficar "feia". Usava apetrechos nos cabelos e nas orelhas, e roupas bem apertadas. Calçava também um estranho sapato desconfortável, com a traseira mais alta que a frente. E era baixinha.
          Por fim quando a humana a ofereceu doces gostosos e cigarros naturais, ela disse que estava fazendo uma dieta eterna para ser magra e que por tomar remédios que desregulavam seu ciclo menstrual, chamados anticoncepcionais, podia ter sérias complicações como a trombose, ainda mais se fumasse.
           Ao se despedir, a "mulher" deu um beijo na bochecha da humana e a recomendou que se cuidasse mais, pois parecia estar muito largada.
          A humana não acreditou em nada do que aconteceu. Se despediu e agradeceu pois aquilo fora só um sonho, um sonho muito louco.


L
          
                
          

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